Saudade dói

     Depois de algum tempo, a gente descobre que a saudade (esse sentimento que só tem quem se permite viver com intensidade cada momento) é um presente de Deus, é um momento de reflexão sobre o que já se foi, mas deixou marcas.

     Nesses últimos oito anos, tive muita saudade. Muita. Chorei lembrando dos bons momentos, das brigas, das viagens, das festas, dos sonhos...E a cada lembrança, uma verdade: as pessoas que vão, também ficam. Aqui, bem dentro de nós.

     É evidente que em muitos momentos, nosso egoísmo grita e implora pela presença física da pessoa, do sorriso, do abraço, da palavra. Mas a gente aguenta firme e vai lá no baú de memórias e puxa vários presentes que foram deixados justamente para esses momentos.

     Todos esses presentes estão embrulhadinhos e prontos a serem cautelosamente (re)descobertos, investigados, experimentados, vivenciados! Ah, quão fantástica projeção nosso cérebro faz nesses momentos tão particulares...

     O barato da vida é isso: essa degustação maravilhosa do hoje, misturada a um pouquinho do que foi ontem e com a surpresa do que virá amanhã. E nesse instante, penso que todos esses presentes que a vida me dá são tudo o que mais preciso para o agora. E fico grata por todos os acontecimentos, sem pensar se podia ter sido assim ou assado. 

     Completando este pensamento, aproveito para compartilhar as quatro imutáveis leis do espiríto que Harrison Owen descreve em seu livro Leadership is:

"Quem quer que esteja presente é a pessoa certa para estar aqui"

"Seja quando for  que comecemos, é sempre o tempo certo"

"O que acontece é a única coisa que poderia ter acontecido" 

"Quando acaba, acaba"

     Penso na importância das marcas que deixamos nas coisas e nas pessoas. E sei que em algum momento não fui tão boa na estampa. Mas quem é perfeito o tempo todo?  Estou longe disso, ainda bem! Mas perto de me aproximar das minhas convicções a ponto de não me abandonar, de me amar todos os dias, e amar a vida que recebo como presente diário. Essa é a tarefa.

     No mais, só saudade.

     Valkiria S.