sábado, 16 de outubro de 2010

Escolher ou escolher, eis a questão!

Queridos (as),

     O assunto eleições 2010 já esta para lá de saturado! Parafraseando, “nunca na história de nosso país” vivemos um momento político tão difícil e sem opção como este. O fato é que temos que escolher. Como diz o filósofo Sartre: “estamos condenados a liberdade”, e ainda: “mesmo quando não escolhemos, ainda assim escolhemos, pois escolhemos não escolher”. Complicado não é mesmo? Pois é assim que nos encontramos nesse momento “democrático”. E por que dessa angústia? Angústia esta que implica uma ação, ação essa que é de nos responsabilizar pelo futuro político de nosso país, parece pesada a carga, mas é isso mesmo, não há como fugir.
     Vamos aos saldos dos votos válidos: o PT angariou no 1º turno 46,91%%, o PSDB 32,91% e o PV 19,33%. Em suma o resultado demonstra que o povo brasileiro não está satisfeito nem com a administração petista e muito menos animado para a administração tucana. E os candidatos sabem disso, por isso o desespero no segundo turno de partir para o “vale tudo” das acusações e difamações, usando ate mesmo das crenças religiosas e valores cristãos para ver quem leva o tão sonhado premio da PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, pois na verdade tanto PT como PSDB tem a mesma linha de administração político, salvo exceções no discurso ideológico.
     Toda essa minha fala denota um pessimismo político, o que de certa forma é verdade. O quadro político hoje no Brasil não é muito animador. Mas temos que escolher, mas essa escolha não é finalista, pois ser cidadão vai além do exercício eleitoral, temos uma jornada pela frente onde cumprindo nossos deveres de cidadãos temos que fazer valer nossos direitos garantidos pela Constituição e ainda lutar por mais justiça e igualdade social. Nossa luta por uma sociedade mais justa, por um país mais igualitário socialmente, economicamente, culturalmente, ambientalmente é diária, somente dessa forma poderemos garantir a sustentabilidade da vida em sua totalidade.
     Nesse sentido para fazer a tão difícil escolha entre dois modelos políticos já saturados o que vale é ter consciência dessa escolha e ainda mais de nossa cidadania como já mencionado, por isso é importante buscar uma neutralidade diante da luta de gladiadores que se apresentam a nós em suas campanhas eleitorais. Não estou querendo dizer que o melhor é fechar os olhos e escolher aleatoriamente, mas basear essa escolha naquilo que tem de diferencial em uma proposta e outra, escolher segundo os seus próprios critérios de análise e reflexão, sem se deixar contaminar ou manipular por essa guerra desenfreada de difamações e calúnias.
     Já que está difícil encontrar modelos sociais, vamos recorrer então à essência da educação que recebemos e não fazer parte desse jogo de ofensas, de manipulação e difamações. Precisamos escolher, mas precisamos acima de tudo ter consciência de nosso papel social, de nossa cidadania, de nosso valor como brasileiro e pessoa humana e a cada dia fazer valer nossa existência e consequentemente conquistar através de nossos deveres, o direito a uma sociedade melhor.





Conceição Ferreira
Professora de Filosofia

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